Andanças (2)
Minhas caminhadas mais malucas foram no tempo que morava em São Paulo. Lembro de ter ido ver dois shows numa mesma noite, lá por 1993. Esqueci quais eram as bandas, mas um show acontecia no Aeroanta (Largo da Batata, em Pinheiros) e outro no Garage Rock, que ficava a umas duas quadras de distância. Como trabalhava no caderno de cultura de um jornal da cidade, tinha entrada livre em todos os shows, e ainda chamava os amigos.
Nessa época eu bebia e fumava muito. Ficava doidão mesmo. Entrava e saía de cada casa, via um pouco de cada show. Lá pelas tantas, o som muito ruim, não peguei ninguém e ainda perdi minha carona. Parei na barraquinha da esquina, comi um cachorro-quente reforçado e meti o pé na estrada – ou melhor, na avenida.
Segui inteira a Faria Lima, depois comecei a entrar por umas quebradas, sem saber bem pra onde ia. Passei pelo Itaim, Vila Nova Conceição, Moema, sei lá mais por onde. Lembrei de Alceu Valença (pelas ruas que andei/ procurei/ procurei procurei/ me encontrar). Era mais de quatro da manhã, nenhuma alma na rua.
Fui errando sem destino, guiado por meu senso sem direção. Quase amanhecia quando cheguei à avenida Indianópolis. Travestis encerravam expediente, recebi alguns convites, recusei. Entrei no apartamento da Saúde com o sol, caí na cama e dormi profundamente.
E era mais ou menos assim que me divertia quando tinha 20 e poucos anos.
Nessa época eu bebia e fumava muito. Ficava doidão mesmo. Entrava e saía de cada casa, via um pouco de cada show. Lá pelas tantas, o som muito ruim, não peguei ninguém e ainda perdi minha carona. Parei na barraquinha da esquina, comi um cachorro-quente reforçado e meti o pé na estrada – ou melhor, na avenida.
Segui inteira a Faria Lima, depois comecei a entrar por umas quebradas, sem saber bem pra onde ia. Passei pelo Itaim, Vila Nova Conceição, Moema, sei lá mais por onde. Lembrei de Alceu Valença (pelas ruas que andei/ procurei/ procurei procurei/ me encontrar). Era mais de quatro da manhã, nenhuma alma na rua.
Fui errando sem destino, guiado por meu senso sem direção. Quase amanhecia quando cheguei à avenida Indianópolis. Travestis encerravam expediente, recebi alguns convites, recusei. Entrei no apartamento da Saúde com o sol, caí na cama e dormi profundamente.
E era mais ou menos assim que me divertia quando tinha 20 e poucos anos.