Música e Novelas
Aprendi a gostar de música vendo novelas. Explico: quando criança, meus pais não tinham o hábito de comprar discos ou mesmo escutar rádio. Sequer havia som em casa. Mas gostavam de TV. Meu pai assistia (assiste) futebol e minha mãe via (vê) novelas.
Como passava muito tempo com minha mãe, acabei vendo muita novela na infância. Não ligava muito pro enredo, mas prestava atenção na trilha sonora. Logo percebi que a música não estava lá só de enfeite; muitas vezes, as letras das canções (e mesmo o clima da melodia ou da instrumentação) tinha a ver com o personagem ou a ação que rolava. Foi uma descoberta: música serve não só pra dançar e cantar, mas também para contar histórias!
Foi vendo novelas que conheci, por exemplo, Toquinho e Vinícius (Fogo sobre Terra, 1974), Elis Regina (O Casarão, 1975), Caetano Veloso (Sem Lenço, sem Documento, 76), João Bosco (O Astro, 77), Chico Buarque e Nara Leão (Dancin’ Days, 78), Gilberto Gil (Os Gigantes, 79), João Gilberto (Água Viva, 80) e Tom Jobim (Brilhante, 81).
Lembrei disso porque vi que a atual novela das 8 tem na abertura “Wave”, na versão instrumental com Tom Jobim. Pra mim, uma das melhores músicas já feitas no Brasil, típica do estilo do maestro: arranjo econômico, harmonia intrincada e melodia ao mesmo tempo fácil (fica na cabeça de primeira, a gente ouve e quer sair assobiando) e difícil (tem nuances e dissonâncias bem construídas).
A novela pode até ser uma bobagem, mas nos próximos seis ou oito meses milhões de brasileiros – incluindo crianças e jovens que mal sabem quem foi Tom Jobim – vão ouvir “Wave” diariamente. Eu acho que está valendo.
Como passava muito tempo com minha mãe, acabei vendo muita novela na infância. Não ligava muito pro enredo, mas prestava atenção na trilha sonora. Logo percebi que a música não estava lá só de enfeite; muitas vezes, as letras das canções (e mesmo o clima da melodia ou da instrumentação) tinha a ver com o personagem ou a ação que rolava. Foi uma descoberta: música serve não só pra dançar e cantar, mas também para contar histórias!
Foi vendo novelas que conheci, por exemplo, Toquinho e Vinícius (Fogo sobre Terra, 1974), Elis Regina (O Casarão, 1975), Caetano Veloso (Sem Lenço, sem Documento, 76), João Bosco (O Astro, 77), Chico Buarque e Nara Leão (Dancin’ Days, 78), Gilberto Gil (Os Gigantes, 79), João Gilberto (Água Viva, 80) e Tom Jobim (Brilhante, 81).
Lembrei disso porque vi que a atual novela das 8 tem na abertura “Wave”, na versão instrumental com Tom Jobim. Pra mim, uma das melhores músicas já feitas no Brasil, típica do estilo do maestro: arranjo econômico, harmonia intrincada e melodia ao mesmo tempo fácil (fica na cabeça de primeira, a gente ouve e quer sair assobiando) e difícil (tem nuances e dissonâncias bem construídas).
A novela pode até ser uma bobagem, mas nos próximos seis ou oito meses milhões de brasileiros – incluindo crianças e jovens que mal sabem quem foi Tom Jobim – vão ouvir “Wave” diariamente. Eu acho que está valendo.