11 agosto 2005

Festivais

Esta semana, na Folha de S.Paulo, sobre o Festival da Música Brasileira, da TV Cultura:

"... o novo festival já nasce institucionalizado, com sua ultra-organização matando a espontaneidade. (...) mostrou ainda que o público médio atual de música brasileira não parece ser dos mais criteriosos. (...) Tristemente, a qualidade musical foi bastante sofrível, apesar do alarde feito em torno dos mais de 5.000 músicas inscritas. A originalidade passou longe -foi um festival de xerox. Quem assistiu testemunhou apresentação de cópias inferiores de João Bosco, de Jackson do Pandeiro, de Elis Regina, de Milton Nascimento, da moderninha bossa eletrônica...O futuro da música brasileira não parece muito animador na visão do festival."

Concordo com tudo o que está escrito, acrescentando que há na música atual muito profissionalismo, pouca originalidade e nenhuma ousadia.

"Andar Comigo" (se nunca ouviu, clique no link Pé da Letra, aí do lado, e faça o download. É de graça) foi uma das tais 5.000 e tantas músicas inscritas no festival. Inscrevi por inscrever, porque duvido mesmo que os encarregados da seleção tenham ouvido até o fim. "Amador demais", devem ter dito.

Isso me lembra: em 1994, eu e um amigo inscrevemos em um tal "Festival do Filme Caseiro" (acho que era esse o nome) um documentário que misturava nossas músicas com cenas de músicos de rua. Claro que não ganhamos nada. Meu amigo falou assim:
- Capi, essa música que a gente faz ou é algo muito revolucionário, que niguém entende... ou é uma merda mesmo.

Confesso que ainda estou na dúvida.