13 julho 2005

Precisamos de música

Às vezes me perguntam se há algo novo no rock ou na MPB. Respondo assim: não há, nem há de haver. Rock e MPB foram fenômenos musicais que surgiram porque, cada qual a seu modo, eram necessários naquele momento.
É que a música (e a arte em geral) não surge do nada; ela vem em resposta a uma necessidade humana. Cada tempo, cada lugar, tem a música que merece e precisa. O rock surgiu, libertário e enérgico, porque o seu mundo (EUA, anos 50) estava muito careta, moralista, conformado. Da mesma forma a MPB, nacionalista e contestadora, apareceu em um Brasil como o de 1965, militarista e colonizado.
Hoje ambos, rock e MPB, já cumpriram seu papel. Por isso, tudo o que surge agora nesses dois estilos soa meio usado, repetitivo, parecendo sempre com qualquer coisa que já tenha sido feita antes de 1975.
Se é assim, então de que música precisamos agora? Tenho lá meus palpites:

O mundo está muito violento. Precisamos de uma música tranqüila.
O mundo está muito estressado. Precisamos de uma música relaxante.
O mundo está muito egoísta. Precisamos de uma música solidária.
O mundo está muito narcisista. Precisamos de uma música humilde.
O mundo está muito barulhento. Precisamos de uma música suave.
O mundo está muito ignorante. Precisamos de uma música delicada.
O mundo está muito dividido. Precisamos de uma música que nos una.
O mundo está muito descrente. Precisamos de uma música devota (mas não crente).
O mundo está muito fanático. Precisamos de uma música equilibrada.
O mundo está muito triste. Precisamos de uma música feliz (e não alegre).
O mundo está muito mentiroso. Precisamos de uma música verdadeira.
O mundo está muito complicado. Precisamos de uma música simples.

1 Comments:

Blogger Arturo O.Bandini said...

Isso é poesia, hein Capi.

14 julho, 2005  

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